Café-da-manhã com Kfé
Recebemos uma missão quase que impossível: entrevistar e descobrir os segredos mais profundos do Presidente da Amigos do Samba, o Excelso Leandro Kfé. Nessa missão para encontrá-lo enfrentamos vários obstáculos, desbravando matagais, atravessando plantações densas de café, até avistarmos o Palácio Capuccino, onde de sua torre mais alta, o nosso entrevistado nos observava com olhares atentos. Mistério, medo, o que acontecerá nessa entrevista? Leia abaixo para descobrir, isto é, se tiver coragem.
Como se deu seu contato com o mundo do samba?
Minha família sempre gostou de samba, principalmente minha avó e meus tios. Sempre que passava meu tempo com eles era ouvindo samba.
No bairro que nasci, existia um bloco, Unidos do Laureano. Não tive a chance de conhecer, pois ele enrolou a bandeira. Com o fim do bloco a melhor forma de se ter contato com samba era nos ensaios da Grande Rio, que estava nascendo.
Sua família é ligada a alguma Escola de samba?
Minha família não tem nenhuma ligação direta com escola de samba. Todos são apenas torcedores. Alguns desfilaram, outros ainda desfilam, mas sem uma ligação direta.
O que acha dos sambas de enredo atuais? Quais seus preferidos?
Acho que os sambas, hoje, estão muito iguais, mas ainda têm alguns que conseguem se destacar. Dos atuais, meus preferidos são: Beija-Flor 2004 e Tijuca 2003. Ah! Inclua nessa lista, Tuiuti 2001.
Torce por alguma escola? Qual, melhor, desfile pra você?
Sou Salgueirense e, claro, não posso falar de outro desfile que não seja o de 1993. Foi emocionante ver a arquibancada toda vibrando e cantando muito. Eu, com 7 anos de idade, tive o prazer de estar presente e vibrando muito com o desfile do Salgueiro.
Deve ter sido emocionante, o que sentiu? A arquibancada tremia?
Tremia sim, bastante, mas não quis nem saber, só queria cantar: “Explode Coração, na maior felicidade...”.
O que acha dos desfiles das escolas atuais? Sente saudade de épocas passadas? Que desfiles lhe marcaram?
Acho que tudo tem seu tempo. Da década de 90 pra cá algumas coisas mudaram e fazem falta, tipo o calor das arquibancadas ao ver os desfiles.
Dentre os desfiles que acompanhei acho que Mocidade 1999 foi um desfile deslumbrante; Mangueira 2002 foi um desfile que gostei bastante e citaria também Grande Rio 1999.
E como conheceu o Júnior Santana?
Conheci o Júnior na quadra da Grande Rio através de um amigo de trabalho. Alguns meses depois, ele entrou pra empresa que eu trabalhava.
É um grande amigo?
Júnior é um excelente amigo, uma pessoa que você pode contar sempre nos bons e maus momentos.
A parceria Kfé e Júnior chegou à final da Escola Independentes da Praça da Bandeira, qual a sensação? E a disputa para o carnaval 2009, alguma escola em mente? A parceria continua?
A sensação de participar de uma eliminatória e indescritível e, chegando numa final, então, nem se fala. A parceria que entrou na disputa desacreditada surpreendeu e conseguiu chegar à final. É uma emoção realmente sem palavras.
Pra 2009 precisamos aguardar ainda. Não temos nada certo, mas a vontade é que a parceria continue: Kfé, Júnior, Pingo e Mário Sérgio. Tudo vai depender dos próximos acontecimentos
Você também é ritmista da Praça da Bandeira. Toca que instrumento? E qual a sensação de participar da bateria de uma escola de samba?
Sou da ala de tamborins. Estar no coração da escola é pura emoção e adrenalina, é uma responsabilidade imensa. Além da Independente, já participei da bateria da União do Parque Curicica, onde fiz grandes amigos; da bateria mirim da Grande Rio, que foi onde comecei e já tive a oportunidade de ter ensaiado na bateria principal da Grande Rio em 2006.
E além de tamborim, toca algum outro instrumento?
Já me arrisquei em alguns instrumentos durante os ensaios. Caixa e chocalho foram os que toquei mais vezes. Pretendo me aperfeiçoar no tamborim e em outros instrumentos também.
Pensa em um dia chegar a mestre?
Não, nunca pensei nisso e acho que não levo jeito.
Vocês dois são grandes compositores de sambas de enredo da Liesv. Uma parceria vitoriosa. Como é o processo de composição do samba? Onde buscam inspiração? Um cuida mais de melodia, o outro da letra?
A inspiração sempre vem. Não tem um momento certo. Em nossas composições eu cuido da letra e o Júnior da melodia. Sempre nos entendemos para conseguir encaixar as idéias de ambos. O Jr melodia minhas idéias
Onde ou como conheceram a Liesv?
Conheci a Liesv através de uma pesquisa que fiz na internet sobre sites de samba. Encontrei algumas informações sobre o carnaval virtual, mas não entedia muito bem como funcionava. Lembro que o nome da primeira escola que vi era Quebra-Coco. Um tempo depois, procurei mais informações sobre o carnaval virtual e decidi participar pra ver se eu tinha jeito pra compor samba. Falei com o Júnior ele se interessou e ai começou toda a história.
E a Amigos do Samba, como surgiu e qual a proposta da escola?
Quando começamos a participar da Liesv, logo surgiu a vontade de criar uma escola. Júnior e eu procuramos entre nossos amigos pessoas interessadas e criamos a escola.
O nome vem de um projeto de um site que eu tinha chamado Amigos do Samba. Decidimos usar este nome para a escola. Já que éramos um grupo de Amigos com o único propósito de brincar e fazer carnaval de uma forma diferente.
A Agremiação possui uma grande equipe, a escola faz jus ao nome? São todos amigos?
Sim, quem conhece a Amigos internamente sabe da grande amizade que existe entre todos dentro da escola e isso faz o trabalho executado ser mais prazeroso ainda.
E o trabalho da carnavalesca Manú Albuquerque, pode-se dizer que ela deu uma personalidade à escola?
Sim, o trabalho da Manú é ótimo e melhora a cada ano. Ela tem uma característica diferente e o estilo dela contribuiu para a personalidade da Amigos do Samba.
E o trabalho de Denise Freire também contribuiu para essa ascensão rápida da escola?
A Denise ajudou e ajuda muito a escola, apesar dela aparecer pouco. Sempre deu boas opiniões e contribui para os desfiles da escola. Se as escolas reais sempre pedem ajuda a profissionais de Parintins, nós temos essa contribuição também. Rsrs.
A escola ficou em quinto lugar na edição passada. Houve erros? Quais os acertos? O que aprenderam para o carnaval 2008?
A colocação foi boa. Houve erros sim, mas com toda a correria que foi o carnaval passado, desde a mudança de grupo até o desfile, foi um resultado bom.
Acho que a escola também acertou bastante, pois foi bem vista pelo público, que elogiou bastante nosso desfile, pra 2008 procuramos evitar a correria que passamos, e assim tentar fazer um desfile com qualidade ainda melhor.
A escola cantará os jogos de RPG no carnaval 2008. Onde surgiu essa idéia?
A Agremiação teve um recorde de sambas de enredo concorrentes inscritos, a que atribui esse sucesso?
Manú e eu somos jogadores de Rpg e conversando sobre o jogo, ela sugeriu que isso fosse o tema de 2008. No início não tinha muita confiança no tema, mas depois conversamos melhor e vimos que daria pra montar um bom enredo.
No início da preparação do carnaval 2008 contamos com o grande reforço da Juliana, que contribui muito para o desenvolvimento do tema.
O tema parece ter agradado e por isso o bom número de sambas em nossa disputa, esse número mostra que mesmo nova, a escola é bem vista pelos compositores.
E o samba escolhido atende às finalidades da escola?
A trilha sonora de nossa aventura consegue passar perfeitamente o espírito do enredo. Quero parabenizar mais uma vez, não só o compositor vencedor, mas também a todos que participaram.
É um tema que permite várias abordagens. Alguma surpresa para este carnaval?
O tema permite uma excelente abordagem e com certeza teremos surpresas em nosso desfile.
Uma mensagem pra todos os componentes e fãs da Amigos do Samba.
Recebemos uma missão quase que impossível: entrevistar e descobrir os segredos mais profundos do Presidente da Amigos do Samba, o Excelso Leandro Kfé. Nessa missão para encontrá-lo enfrentamos vários obstáculos, desbravando matagais, atravessando plantações densas de café, até avistarmos o Palácio Capuccino, onde de sua torre mais alta, o nosso entrevistado nos observava com olhares atentos. Mistério, medo, o que acontecerá nessa entrevista? Leia abaixo para descobrir, isto é, se tiver coragem.
Como se deu seu contato com o mundo do samba?
Minha família sempre gostou de samba, principalmente minha avó e meus tios. Sempre que passava meu tempo com eles era ouvindo samba.
No bairro que nasci, existia um bloco, Unidos do Laureano. Não tive a chance de conhecer, pois ele enrolou a bandeira. Com o fim do bloco a melhor forma de se ter contato com samba era nos ensaios da Grande Rio, que estava nascendo.
Sua família é ligada a alguma Escola de samba?
Minha família não tem nenhuma ligação direta com escola de samba. Todos são apenas torcedores. Alguns desfilaram, outros ainda desfilam, mas sem uma ligação direta.
O que acha dos sambas de enredo atuais? Quais seus preferidos?
Acho que os sambas, hoje, estão muito iguais, mas ainda têm alguns que conseguem se destacar. Dos atuais, meus preferidos são: Beija-Flor 2004 e Tijuca 2003. Ah! Inclua nessa lista, Tuiuti 2001.
Torce por alguma escola? Qual, melhor, desfile pra você?
Sou Salgueirense e, claro, não posso falar de outro desfile que não seja o de 1993. Foi emocionante ver a arquibancada toda vibrando e cantando muito. Eu, com 7 anos de idade, tive o prazer de estar presente e vibrando muito com o desfile do Salgueiro.
Deve ter sido emocionante, o que sentiu? A arquibancada tremia?
Tremia sim, bastante, mas não quis nem saber, só queria cantar: “Explode Coração, na maior felicidade...”.
O que acha dos desfiles das escolas atuais? Sente saudade de épocas passadas? Que desfiles lhe marcaram?
Acho que tudo tem seu tempo. Da década de 90 pra cá algumas coisas mudaram e fazem falta, tipo o calor das arquibancadas ao ver os desfiles.
Dentre os desfiles que acompanhei acho que Mocidade 1999 foi um desfile deslumbrante; Mangueira 2002 foi um desfile que gostei bastante e citaria também Grande Rio 1999.
E como conheceu o Júnior Santana?
Conheci o Júnior na quadra da Grande Rio através de um amigo de trabalho. Alguns meses depois, ele entrou pra empresa que eu trabalhava.
É um grande amigo?
Júnior é um excelente amigo, uma pessoa que você pode contar sempre nos bons e maus momentos.
A parceria Kfé e Júnior chegou à final da Escola Independentes da Praça da Bandeira, qual a sensação? E a disputa para o carnaval 2009, alguma escola em mente? A parceria continua?
A sensação de participar de uma eliminatória e indescritível e, chegando numa final, então, nem se fala. A parceria que entrou na disputa desacreditada surpreendeu e conseguiu chegar à final. É uma emoção realmente sem palavras.
Pra 2009 precisamos aguardar ainda. Não temos nada certo, mas a vontade é que a parceria continue: Kfé, Júnior, Pingo e Mário Sérgio. Tudo vai depender dos próximos acontecimentos
Você também é ritmista da Praça da Bandeira. Toca que instrumento? E qual a sensação de participar da bateria de uma escola de samba?
Sou da ala de tamborins. Estar no coração da escola é pura emoção e adrenalina, é uma responsabilidade imensa. Além da Independente, já participei da bateria da União do Parque Curicica, onde fiz grandes amigos; da bateria mirim da Grande Rio, que foi onde comecei e já tive a oportunidade de ter ensaiado na bateria principal da Grande Rio em 2006.
E além de tamborim, toca algum outro instrumento?
Já me arrisquei em alguns instrumentos durante os ensaios. Caixa e chocalho foram os que toquei mais vezes. Pretendo me aperfeiçoar no tamborim e em outros instrumentos também.
Pensa em um dia chegar a mestre?
Não, nunca pensei nisso e acho que não levo jeito.
Vocês dois são grandes compositores de sambas de enredo da Liesv. Uma parceria vitoriosa. Como é o processo de composição do samba? Onde buscam inspiração? Um cuida mais de melodia, o outro da letra?
A inspiração sempre vem. Não tem um momento certo. Em nossas composições eu cuido da letra e o Júnior da melodia. Sempre nos entendemos para conseguir encaixar as idéias de ambos. O Jr melodia minhas idéias
Onde ou como conheceram a Liesv?
Conheci a Liesv através de uma pesquisa que fiz na internet sobre sites de samba. Encontrei algumas informações sobre o carnaval virtual, mas não entedia muito bem como funcionava. Lembro que o nome da primeira escola que vi era Quebra-Coco. Um tempo depois, procurei mais informações sobre o carnaval virtual e decidi participar pra ver se eu tinha jeito pra compor samba. Falei com o Júnior ele se interessou e ai começou toda a história.
E a Amigos do Samba, como surgiu e qual a proposta da escola?
Quando começamos a participar da Liesv, logo surgiu a vontade de criar uma escola. Júnior e eu procuramos entre nossos amigos pessoas interessadas e criamos a escola.
O nome vem de um projeto de um site que eu tinha chamado Amigos do Samba. Decidimos usar este nome para a escola. Já que éramos um grupo de Amigos com o único propósito de brincar e fazer carnaval de uma forma diferente.
A Agremiação possui uma grande equipe, a escola faz jus ao nome? São todos amigos?
Sim, quem conhece a Amigos internamente sabe da grande amizade que existe entre todos dentro da escola e isso faz o trabalho executado ser mais prazeroso ainda.
E o trabalho da carnavalesca Manú Albuquerque, pode-se dizer que ela deu uma personalidade à escola?
Sim, o trabalho da Manú é ótimo e melhora a cada ano. Ela tem uma característica diferente e o estilo dela contribuiu para a personalidade da Amigos do Samba.
E o trabalho de Denise Freire também contribuiu para essa ascensão rápida da escola?
A Denise ajudou e ajuda muito a escola, apesar dela aparecer pouco. Sempre deu boas opiniões e contribui para os desfiles da escola. Se as escolas reais sempre pedem ajuda a profissionais de Parintins, nós temos essa contribuição também. Rsrs.
A escola ficou em quinto lugar na edição passada. Houve erros? Quais os acertos? O que aprenderam para o carnaval 2008?
A colocação foi boa. Houve erros sim, mas com toda a correria que foi o carnaval passado, desde a mudança de grupo até o desfile, foi um resultado bom.
Acho que a escola também acertou bastante, pois foi bem vista pelo público, que elogiou bastante nosso desfile, pra 2008 procuramos evitar a correria que passamos, e assim tentar fazer um desfile com qualidade ainda melhor.
A escola cantará os jogos de RPG no carnaval 2008. Onde surgiu essa idéia?
A Agremiação teve um recorde de sambas de enredo concorrentes inscritos, a que atribui esse sucesso?
Manú e eu somos jogadores de Rpg e conversando sobre o jogo, ela sugeriu que isso fosse o tema de 2008. No início não tinha muita confiança no tema, mas depois conversamos melhor e vimos que daria pra montar um bom enredo.
No início da preparação do carnaval 2008 contamos com o grande reforço da Juliana, que contribui muito para o desenvolvimento do tema.
O tema parece ter agradado e por isso o bom número de sambas em nossa disputa, esse número mostra que mesmo nova, a escola é bem vista pelos compositores.
E o samba escolhido atende às finalidades da escola?
A trilha sonora de nossa aventura consegue passar perfeitamente o espírito do enredo. Quero parabenizar mais uma vez, não só o compositor vencedor, mas também a todos que participaram.
É um tema que permite várias abordagens. Alguma surpresa para este carnaval?
O tema permite uma excelente abordagem e com certeza teremos surpresas em nosso desfile.
Uma mensagem pra todos os componentes e fãs da Amigos do Samba.
Para todos os fãs da escola deixo a certeza que a Amigos fará mais um ótimo carnaval, mantendo suas características de alegria, simplicidade. Não deixem de acompanhar o nosso desfile, afinal, vocês também fazem parte dessa magia chamada Amigos do Samba.
Encerrada a entrevista, agradecemos ao Presidente Leandro Kfé, que não representou ameaça nenhuma. Pelo contrário revelou ser uma pessoa firme, centrada, lutando sempre para colocar a escola nas melhores condições na avenida. Uma pessoa com tanta bondade, criatividade e personalidade, que só faz e transmite o bem a todos que estão à sua volta. Um grande Presidente que pode ser entendido como uma pessoa especial, e cuja escola tem seu nome totalmente ligado ao que diz, um verdadeiro Amigo do samba. Toda a sorte para a Amigos do Samba em 2008.
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