domingo, 21 de dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Parabéns Amigos, 3 anos de muito samba!


A Amigos do Samba comemorou no último dia 25 de agosto, três anos de existência. Muita festa, samba, alegria e empolgação comandaram a festa na quadra da agremiação, reunindo Presidente, Intérprete e Carnavalescas e todos os amigos que curtem carnaval, real ou virtual. E claro, integrantes das demais escolas participantes do carnaval da LIESV.

Ao longo da festa, o Presidente Leandro Kfé relembrou a fundação da escola. Da paixão pelo carnaval, pelos desfiles das escolas de samba e por toda poesia e animação que embalam os sambas de enredo, após tomarem conhecimento do projeto do carnaval virtual, surge a idéia de fundar uma escola para também participar. Conversada a idéia com o amigo e intérprete Júnior Santana, e de uma idéia antiga do Presidente de criar um site para quem gosta de carnaval e sambas de enredo, eis que surge o nome da escola: Amigos do Samba.

Convidada, a também amiga, Manú Albuquerque, para assumir o posto de carnavalesca e dar personalidade à escola, estava pronta a equipe para o primeiro desfile. Cantando as cores, desfilando ainda pelo grupo de avaliação, a agremiação conseguiu passaporte direto para o grupo especial. No carnaval seguinte, já na elite do samba, com a chegada de Denise Freire, cantou o fundamento e razão maior de sua existência: a amizade. Desfile elogiado, inclusive pelo samba de enredo, muito marcante e representativo.

Em 2008, preparativos a mil, expectativas as mais diversas e melhores, contando com a participação de Juliana Campos e do Pedro Felipe, a escola apresentou o desfile cantando os Jogos de RPG. Desfile elogiado por todos, considerado animado, embalado por um belo samba, a escola foi aclamada por sua presença sempre marcante e bem querida por todos. Um carnaval que culminou com o fortalecimento da amizade que une todos os integrantes e que, com certeza, pode-se afirmar que todos são verdadeiros Amigos do Samba.

Portanto, nesses três anos de muita luta, lágrimas, suor e vitórias, há muito o que se comemorar, celebrar, pois a escola é uma realidade, uma grande agremiação, que já apresentou momentos marcantes do carnaval virtual e, com certeza, tem muita empolgação e animação para mostrar, ainda. Se o sentimento que une todos os componentes, como o próprio nome da escola diz é a amizade, a intenção a cada desfile é estender esse sentimento a todos aqueles, amigos, que curtem samba e carnaval.

Parabéns Amigos do Samba, três anos de realizações, afirmações e felicidades, e que venham mais trinta anos de sucesso e muitas vitórias, que, com certeza, hão de chegar, unindo sempre todos aqueles que carregam o sentimento maior que os sonhos.
Isso é Amigos do Samba.

Impressões de uma paixão. Emoção renovada. Felicidade plena.


Através da tela de um computador pode-se sim sentir as mais diversas emoções. Se um desfile de escola de samba, mesmo visto pela tevê (que dirá ao vivo, na Marquês de Sapucaí) emana tantas emoções, sentimentos de alegria, felicidade, envolvidos por sambas que marcam épocas e não saem tão cedo da cabeça de quem ama o carnaval, um desfile virtual é a forma de alongar, tornar maior, todas essas sensações.

Vendo o jornal da madrugada, pela televisão, por volta de 2005, eis que surge uma matéria sobre um bando de aficionados por carnaval, os quais realizariam desfiles de escolas de sambas, com alas, alegorias, sambas de enredo, através da tela de um computador. Um bando de loucos! Esse é o primeiro pensamento, uma idéia tão absurda que nunca daria certo. Engano, a idéia deu certo, está viva e cada vez mais realizada e presente.

Curiosidade latente, um amigo, com intenção de participar da “brincadeira”, convida a assistir e participar desses desfiles. E, surpresa enorme e grata: organização, cuidado, capricho, esmero, poesia nas letras e melodias de samba e muita gente mostrando talento, e vontade de vencer, mas sempre respeitando todas as demais co-irmãs. Um mundo novo, um lugar que tudo que se espera, para quem ama o carnaval, aconteça e possa sempre estar presente por mais um tempo na vida de todos esses apaixonados.

E para surpresa maior, eis que de repente, mais uma louca ingressa em toda essa aventura – a qual de louca não tem nada. Um grande Amigo, dono de uma excelente e marcante voz, do nada, convida a pessoa, antes incrédula a integrar uma escola virtual. Uma escola que não poderia ser melhor, a qual já leva um dos mais nobres e importantes sentimentos em seu nome, aliada à paixão pelo carnaval: Amigos do Samba.

Aceito o convite, com aquele receio normal, de quem não sabe o que esperar ou o que fazer numa estrutura já definida, e claro, passada a festa e emoção do convite, partimos para trabalhar e entender todo esse mecanismo. De início, apresentam-se idéias, escutam-se outras, pára-se, pensa-se, realiza-se até chegar à conclusão de que o carnaval cantaria os Jogos de RPG.

A partir daí, estudo, pesquisa, interação com o que são esses jogos, descobrindo que são bem antigos e já carregam consigo legiões de fãs, adeptos, apaixonados, pessoas que fantasiam a vida, interpretam histórias e deixam a imaginação de cada um, criar as mais belas trajetórias, sempre de acordo com o objetivo de cada um, para, enfim, encontrar-se a vitória. E esta foi encontrada com toda a magia que envolve os jogos e com a preparação de um carnaval, no qual se incluem muitas lágrimas, suor, convivência e, finalmente, muitas conquistas, vendo um desfile pronto, o qual tanto foi trabalhado, querido e esperado, desfilar na avenida.

Um ano mágico, pelo enredo, pelos novos Amigos feitos, pessoas que sempre estarão no coração, por mais diversas direções que os caminhos tomem. Um ano que muda vidas, aproxima, agrega valores, faz-se descobrir talentos, visões de vida, alegria, por fim, de participar de todo esse projeto, muito bem desenvolvido pela Liesv, do qual a Amigos do Samba faz parte.

Amigos mesmo, sempre com a característica maior de carnavais animados, leves, com espírito de uma grande família, unida para fazer um trabalho excelente, com todo o amor, dedicação que um trabalho tão nobre como esse exige. Mesmo sendo uma brincadeira, há o sentimento de se querer tudo certo, de se fazer um trabalho irrepreensível, de se fazer coisas bonitas para que todo mundo que assiste o carnaval, curta, goste, e se anime ouvindo belos sambas, que assim, como no real, são escolhidos em difíceis eliminatórias com grandes composições.

Então, no dia do desfile, dia tão esperando, tão aguardado e por tanto trabalhado, toda magia que envolveu a preparação deste carnaval faz as nossas fantasias tornarem-se reais, tendo a certeza, que o trabalho é o fruto do melhor de nossos esforços, intenções, talentos e de todo o amor e compromisso que depositamos nele e que, finalmente, será coroado.
Com a maior certeza de que estamos todos unidos, juntos, como o próprio nome da escola prega, envolvidos nesse verdadeiro espírito de Amizade, vamos brilhar, chorar, emocionar E, com certeza, já temos a nossa vitória, a nossa maior recompensa, que é nossa Amizade.Ao Leandro Kfé, presidente mais do que especial, determinado, justo, pessoa que é a pura bondade, cujo coração é enorme, maior presidente e amigo do mundo;Ao Júnior Santana, grande intérprete, sempre presente, sempre disposto a ajudar, melhor cavaquinho desse mundo, incentivador, animador, amigo que me convidou para integrar a escola;À Manú Albuquerque, pessoa muito especial e querida, excelente profissional, verdadeira artista, competente, determinada, visionária, de cultura e conhecimentos exemplares, maiôs amiga do mundo;Ao Pedro, sempre presente, ajudando, sugerindo, melhorando, mostrando caminhos para as soluções serem as melhores possíveis, meu grande amigo;À Dê Freire, com conhecimento musical excelente, ajudando, mostrando novas formas de ver as descrições, as alas, de enxergar o carnaval como uma grande poesia, grande amiga,E a todos, amigos, companheiros, admiradores, meu muito obrigada, provando que "o sentimento é bem maior que o sonho", e que somos verdadeiros, Amigos do Samba! Muito obrigada meus amados amigos. Tenham certeza que vocês tornaram minha vida bem mais mágica e muito mais feliz. Viva a Liesv, viva o carnaval virtual, viva a Amigos do Samba!

Juliana Campos.
Agosto de 2008.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

PAPO DE AMIGOS - 3

Maravilhosa e magnífica Manú Albuquerque e Prestativo Phillipe.
Continuando nossa saga de entrevistar os componentes da Amigos do Samba, dessa vez encontramos nossa flor-maior, a Carnavalesca Manú Albuquerque e seu namorado, pela primeira vez trabalhando no carnaval, Phillipe, no lugar, o qual é o mais propício – o Barracão da escola de samba. Em meio a papéis, plumas, lápis de cor, e muita animação, nosso casal de carnavalescos virtuais, comparados ao grande casal Márcia Lávia e Renato Lage, envoltos em muito trabalho com os preparativos finais da escola, recebeu-nos para esta entrevista. Muita criatividade, companheirismo e, principalmente, muito amor de um pelo outro e pelo carnaval tomaram conta do ambiente. Acompanhem, agora, mais essa demonstração de amizade e capricho pelo samba e, quem sabe, revelações sobre o desfile da Amigos em 2008.

Vamos começar entrevistando a Manú, já tinha contato com escola de samba antes? Gostava de assistir aos desfiles na Sapucaí?
Nunca tive contato com escolas de samba. Tenho um grande sonho de desfilar, não apenas assistir. No dia que assistir serão as minhas fantasias e criações desfilando.

Como se deu seu contato com o mundo do samba real ou virtual?
Nunca tive ligação com o samba real, apenas pela tv. Mesmo assim não conhecia como hoje estou conhecendo. O virtual, conheci quando fui chamada para integrar a Amigos.
E só esse ano posso dizer que estou pegando o jeito.

Torce por alguma escola? Qual o melhor desfile pra você?
No virtual, torço pela Amigos, é claro. No real, pela Mangueira. Para mim, desfile real não dá para falar, porque não acompanhava, mas esse ano, pelo menos, o enredo foi muito especial. Morei em Recife muitos anos,
aprendi a dançar o frevo na escola e a melhor frevista do Brasil dançava na mesma rua, na qual ficava a padaria de meu pai. Ainda me lembro dos grupos nas ruas. Quase chorei ouvido o samba.

O que acha dos sambas de enredo atuais? Quais seus preferidos?
Os de 2009, eu sei quase nada, devido à correria da Amigos. Sei que vai ter um falando sobre o tambor. Achei interessante, faz o estilo dos enredos que gosto.
Sobre os antigos, deixa me lembrar. Ah sim, o único samba que decorei, antigo, foi o do Sílvio Santos. Na época não saiu da minha cabeça. Não é um grande samba, lindo, essas coisas, mas acho que todos gostaram. Parecia um vírus. Onde eu ia, sabiam cantar.

Já desenha há muito tempo? Como começou?
Já desenhava há muito tempo. Eu ficava muito só em casa, nunca fui de sair muito, então comecei a desenhar para me distrair. Tinha pelo menos uns sete anos quando comecei a rabiscar, aí foi crescendo a paixão pela arte e hoje é uma grande paixão.

Você é uma excelente artista. E a inspiração para desenhar? Surge com a vida, alguma temática específica?
Obrigada, mas estou aprendendo muito ainda. Não sei especificar de onde vem, mas é de dentro, mesmo que eu esteja copiando alguma coisa. Varia, porém, do meu humor: se estou alegre, o desenho também sai assim. Se estou apaixonada, desenho casais ou paro para desenhar o horizonte. Até os desenhos para Amigos se eu não tiver sentimento na hora, não sai de jeito nenhum.

E como é desenhar uma escola de samba virtual?
Nossa, isso foi uma das melhores coisas que me aconteceram desde que vim morar no rio. A Amigos é muito mais que uma escola de samba, é uma família. Além dos ótimos resumos que temos para desenhar, ter idéias, a união e a forma de pensar que nós da Amigos temos é muito parecida. Então é fácil trabalharmos juntos, as coisas saem fácil quando estamos reunidos. Viajamos muito e é assim que nossos desenhos saem, temos uma grande criatividade. Algumas pessoas nos chamam de loucos.

Nunca pensou em seguir uma carreira que tenha o desenho como base?
Sim, penso muito nisso. Antes queria trabalhar com desenhos animados animes, mas aqui no Brasil é muito difícil. Estaria disposta, mas gosto de estabilidade. Hoje meu grande sonho é trabalhar com escolas reais, de preferência com a Amigos do Samba.

Como tomou conhecimento e onde aprendeu a jogar RPG?
O primo de um amigo sabia jogar, estava querendo nos mostrar como era o jogo. Comecei a jogar com eles, com uns treze anos, meu primeiro foi o Vampiro, a máscara. Desde então não parei, além de ser legal para reunir os amigos. É engraçado, vicia, tem que saber jogar. E para quem estiver lendo essa entrevista: “jogar não é matar".

Como você definiria o RPG?
Um reencontro com a brincadeira, onde você é quem quiser ser, SEM MACHUCAR NINGUÉM, um teatro em casa, tem de tudo um pouco. Estratégia, interpretação, comédia, brincadeira, união alem de ser uma escola, pois aprendemos muito com cada aventura real e virtual que passamos juntos, o grupo. Por isso, achei uma ótima idéia falar sobre esse tema, é perfeito para a Amigos.

Sobre o enredo da Amigos para o carnaval 2008, uma grande aposta, RPG dá samba?
Mais do que isso, dá historia. Acho que vão se surpreender esse ano, pelo menos trabalhei para isso, mas sem detalhes, a minha resposta vai ser a do público. Jogo essa para eles.

O que esperar para o desfile de 2008?
Reconhecimento, não só para mim, mas para todos. E claro, todos esperam a vitória. Entretanto, ser reconhecida pelo meu trabalho será o maior troféu. Sinto que teremos uma ótima colocação esse ano. Todos estão trabalhando muito bem.
E como é trabalhar com o namorado no Carnaval?
Eu acho ótimo. Ele está como eu, há dois anos, aprendendo; um pouco por fora. Acredito, porém, que se divertindo.
Risos. No nosso último encontro, tivemos que ir pegar o presidente, pois ele não soube chegar no lugar. Perdeu-se no meio do caminho.
Desculpa Kfé (risos), mas a pergunta me obrigou a contar.
Phil sempre me ajudou em tudo, sempre bom ter ele por perto.

As idéias fluem melhor? Você dá uma idéia, ele dá outra? Como chegam ao resultado final?
Quanto mais cabeças, mais idéias. Um dá uma idéia, outro dá outra até chegarmos a uma única idéia. Dificilmente batemos cabeça no grupo. Às vezes eu bato o pé quando quero alguma coisa.

Agora passemos ao Phillipe, ou Phil, como a Manú, carinhosamente chama-o. Como está sendo essa experiência de trabalhar com uma escola de samba?

Bem divertida. Sempre gostei de desenhar. Já tem um tempo que vejo a Manú quebrando a cabeça para entregar desenhos em prazos em tudo mais, então resolvi ajudar.
Gosta de carnaval? Assiste desfile de escolas de samba?
Assistia quando era mais novo, por volta dos dez anos. Acho que por causa das cores e me “amarrava” nos carros alegóricos. Ainda mais quando vinha um tigre bem grande ou dragão, essas coisas, mas com o passar do tempo fui perdendo interesse, talvez por passar bem tarde.

Onde tomou conhecimento e aprendeu a jogar RPG?
Ah, isso faz parte da minha infância. Tenho um primo que é uns seis anos mais velho que eu e fui incluído na galera q jogava. Na primeira vez fui só para ver como era, mas acabei gostando e estou com o mesmo grupo desde os dez anos.

E gosta muito de jogar? o que sente?
Sim, gosto bastante. Sempre gostei de filmes de "Capa e Espada" e o estilo que jogamos sempre foi o estilo medieval. Acho divertido interpretar personagens e viver todas as situações dessa época.

Como é o trabalho criativo e o que serve de inspiração para montar a escola?
Boa parte das inspirações para os carros e para as fantasias eu e a Manú tiramos de situações que foram vivenciadas em jogo. Então boa parte da fase de criação foi fácil. O mais difícil mesmo foi transcrever isso em figuras que fossem compatíveis com a temática do carnaval.

Você e a Manú já jogaram RPG encenado? Ou só "tabuleiro" mesmo?
“To” levando a entrevista como um RPG. Respondendo sua pergunta, só de tabuleiro mesmo.O encenado é mais complicado e caro de se fazer. Se bem que RPG, em si, é uma encenação. Não é, por exemplo, como o WAR que você rola dados e olha um tabuleiro. De qualquer forma, você interpreta um personagem, mas nunca chegamos ao extremo de fazer armaduras de borracha e ficar dando vassouradas épicas uns nos outros.

Neste momento, a repórter diz ter adorado as vassouradas e que seria bom dar umas no Leandro Kfé, o presidente (risos).
Já Phil: “pobre coitado... Já sofre com a Manú”.
Repórter: “Ele merece”.
Phil, por fim: “Prefiro não comentar”.

Como é trabalhar junto com a namorada, fazendo o Carnaval?
Ainda não sou um fã vidrado no carnaval como o Kfé fez ela virar (Sim Kfé, você criou um monstrinho), mas está sendo divertido, porque da parte de idéias insanas, estou me saindo muito bem. De vez em quando pego a Manú cantando um samba do nada aqui em casa.
Repórter: “Tá vendo, o Kfé é o culpado, como sempre!”.
Phil: “Disso ele é mesmo”.

Já dá para pensar em parcerias futuras, seja no carnaval real ou em outros objetivos de vida?

Bom, ela vive dizendo que quer ser jornalista, mas que se pudesse teria sua própria firma de publicidade (coisas nada a ver, eu sei) e eu quero trabalhar num fórum (vara pega muito mal). Se um dia, porém, montarmos um negócio juntos acho que daria sim, para trabalharmos juntos .

Como descreveria o mecanismo de jogo de RPG?
Vou tentar explicar de uma forma geral. O RPG em si, para começar, todo mundo que vai jogar tem que ter o mínimo de criatividade. Se for um RPG de mesa não dá para jogar sem imaginar as situações e os personagens. Para ajudar nisso, entra o Mestre, narrador, dungeon master, contador de historias, tem vários nomes. Ele é quem conta a história, impõe os desafios e tudo mais. A ficha de um personagem diz tudo o que ele pode fazer, seus atributos, tanto físicos como mentais, suas virtudes, seus defeitos. Os dados são meros instrumentos, pra dizer se suas ações foram bem ou mal sucedidas.
Acho que agora está melhor explicado.

Dentre os diversos estilos de jogos (sistemas) qual o que mais lhe agrada jogar?
Boa pergunta. Eu já disse que gosto mais do estilo medieval e o que mais atende a essa expectativa, hoje em dia é o clássico D&D. O que eu jogo mesmo é um sistema que vem passando por modificações há vários anos, que eu e meus amigos viemos criando.

E como é esse sistema de vocês? Mistura medieval com outro sistema?
Ele é todo ambientado na era medieval. Não tem nada de futurista mesmo. Incorporamos, todavia, coisas que não se veêm em outros sistemas. A base do sistema é o próprio D&D, mas com o passar do tempo fomos deixando ele mais realista, personagens menos super resistentes ou fortes como vemos em outros sistemas, mais humanos. E os monstros mais monstros.

Entao, o rpg permite uma criaçao eterna e os mesmos personagens em novas batalhas? Criação eterna?
Isso depende dos jogadores e do Mestre. No nosso caso (digo do grupo novo, de uns 4 ou 5 anos atrás) trocamos de personagens poucas vezes. O mestre pode adiantar a historia no tempo em 1 minuto ou em um século. Se os personagens vão resistir a isso, é ele quem diz. Vou tentar explicar melhor colocando um exemplo. Eu jogo com um samurai, que quando começamos a atual aventura, tinha 21 anos. Desde o início do jogo passaram-se três anos (que coincide com o quê vivemos aqui fora no mundo real). Isso fez que ele envelhecesse três anos. Se ele fosse um semi-deus (se o sistema permitisse isso), provavelmente não sentiria muita diferença, mas para um humano, faz muita.Caímos aqui na questão da interpretação.

Expectativas pro desfile! O que podemos esperar?
Muita fantasia bonita e colorida, uma reinvenção da idade média e muita explicação sobre o que é o RPG.

Voltando à Manú, Já dá para pensar em parcerias futuras, seja no carnaval real ou em outros objetivos de vida?
Sim, pretendo tentar fundar a amigos no carnaval real, não sei como ainda. Sei que todos estarão me apoiando, principalmente o Phil. É um projeto ambicioso, mas eu também sou. Gosto de pensar grande, o maior problema é chegar lá, mas isso com ajuda de amigos, conseguimos.

Como conheceram o Leandro Kfé e o Júnior Santana?
Estudei com o Júnior, não nos falávamos muito, mas ele quem me chamou, pouco depois de ter visto alguns desenhos meus. O Kfé, ainda me lembro do dia, o Júnior me levou no trabalho dele e nos apresentou. Até hoje, grandes amigos.

E o convite pra integrar a Amigos? Sente-se bem na escola?
Sabe quando nos sentimos em casa, no conforto do nosso sofá, comendo brigadeiro de panela, enquanto assistimos a um filme de comédia?
É assim que me sinto na Amigos.
O Júnior chegou para mim e falou sobre a escola, o que eles estavam fazendo. De início, não entendi muito. Aí, perguntaram se queria entrar para a escola e eu disse sim, mas não sabia muito bem o que era.
Acabou que o tempo passou e descobri que outro amigo nosso tinha entrado. Então deixei pra lá. Só que esse nosso amigo deixou eles na mão e com um mês para terminar, o Júnior, desacreditado e desesperado (como sempre – risos) chamou-me para ajudar. Aí sim, comecei de verdade na Amigos.

E a proposta da LIESV? É um grande projeto, que pensa a respeito?
Nossa, eu acho incrível. Acho que tem que ser mostrado mais, divulgado. Está crescendo muito e espero que cresça mais. Quem pensou nisso é um gênio, ou um louco, como nós.

Planos para o futuro?
Quero cursar publicidade e jornalismo. Ver minhas fantasias desfilando no carnaval real, conhecer o litoral brasileiro ao lado do Phil, de carro (na lua de mel) e tantas outras coisas. Tenho muitos sonhos, espero ter tempo para realizar todos eles.

Uma mensagem pra todos os componentes e fãs da Amigos do Samba.
Sonhem, vivam e não deixem as pequenas coisas estragarem as grandes que vocês poderiam ter. Humildade. O mundo hoje precisa ser mais humilde.
E só para acabar: "AMIGO DENTRO DO MEU PEITO VOCÊ HÁ DE ESTAR".

Encerrada a entrevista, em um clima mais do que agradável, onde podia-se notar a explosão da alegria e da felicidade do casal, em poder trabalhar no carnaval, descobrindo neste trabalho e ainda, mais nos jogos de RPG, uma verdadeira fonte de riqueza de conhecimento e cultura. Manú é uma pessoa brilhante, criativa, pessoa iluminada, que, com certeza faz o bem e o espalha por onde quer que passe, inclusive em todo seu trabalho. Phil, uma grande pessoa, sempre preocupado com o seu bem-estar e de sua namorada, inteligente, culto, conhecedor a fundo das regras do RPG e determinado a um futuro brilhante. Um grande casal, que se nota o amor e a cumplicidade de ambos, e, também, para com o compromisso, cujo excelente trabalho poderá ser conferido no desfile da escola, neste carnaval virtual de 2008, provando que todos os integrantes e componentes são verdadeiros Amigos do Samba.

sábado, 28 de junho de 2008

PAPO DE AMIGOS - 2

Júbilos (Alegrias Imensas) a Júnior Santana
Continuando nossa missão – quase que impossível – de entrevistar os integrantes da agremiação, desta vez fomos em busca do Grande Intérprete da Amigos do Samba, Júnior Santana. Dono de uma bela voz, forte e poderosa, além de ser um exímio e talentoso cavaquinho, nosso entrevistado nos recebeu num lugar que é sinônimo de pura festa – a quadra de uma escola de samba, numa animada tarde de pagode, cantados pelo grupo Puro Stylo, do qual nosso admirado Intérprete também faz parte. Alegria, emoção e muito som tomaram conta da entrevista, além de belos passos de Mestre-sala, que nosso entrevistado bailou pela quadra. Em ritmo de samba, pagode e companhia, acompanhem agora essa animada entrevista.

Qual o estilo de música do Grupo Puro Stylo e como ingressou nele?
O grupo Puro Stylo é um grupo que já tem 4 anos de estrada e é formado por amigos que passei a admirar em pagodes, os quais ia com o meu irmão que também é pagodeiro.
Surgiu o interesse em me juntar ao grupo a partir do momento em que este sentiu a necessidade de um cavaquinho fixo; até porque eles contratavam free lances. Em cada show era um e isso acabava com a estrutura do grupo.
O grupo é bem eclético, segue a linha de grupos como Bom Gosto e Revelação e segue um lema de Jorge Aragão: "Para mim tudo acaba em samba e tentamos agradar o nosso público da melhor maneira possível”.
Tenho dois irmãos, um de 26 anos e outro de 24 anos, que por sinal são bem famosos no mundo do samba. Já tocaram com Revelação, Pique Novo, Belo, entre outros.

E o cavaco? Como tomou intimidade com o instrumento?
Eu toco cavaco desde os 9 anos por influência do meu pai que me via brincando com uma guitarra que minha irmã tinha e sempre gostei de instrumento de corda. Meu avô materno tocava bandolin e meu tio toca cavaco e banjo. Acho que já estava no sangue e meu pai só me deu um empurrão.
Acho que se não fosse o meu pai, eu teria, do mesmo jeito, aprendido cavaco, pois é uma paixão de infância.

E o Grupo já está fazendo shows? Como está essa nova vida de sucesso?
O grupo faz show aqui em Duque de Caxias e estamos com propostas para Ilha do Governador. Será uma experiência boa sair da cidade onde o grupo nasceu, pois seremos conhecidos em outros lugares. Isso é bom para o grupo.

Como se deu seu contato com o mundo do samba?
Meu pai e minha mãe já desfilavam no bloco Lambe Copo, um dos blocos que originou a Grande Rio. Aos 11 anos entrei na ala de Mestre-sala e Porta -bandeira mirim, no qual desfilei por 7 anos e me tornei 2º Mestre-sala na Independente da Praça da Bandeira, em que dancei por um ano.
Meu tio paterno era Mestre-sala e não seria diferente seguir essa trajetória.
Entrei por culpa da minha irmã que queria ser Porta-bandeira e me levou a tiracolo; acabei gostando e me aperfeiçoando.
Viramos o melhor casal de irmãos na Grande Rio.
Começamos a desfilar em 2000, permanecendo até 2006 na Grande Rio. Em 2007, desfilamos na Independente da Praça da Bandeira e não desfilamos mais.

Sua família é ligada a alguma Escola de samba?
Sim, sempre desfilaram na Grande Rio, durante toda a vida. Hoje, eu e minha irmã, por motivos próprios não desfilamos mais, mas meus pais ainda desfilam.

O que acha dos sambas de enredo atuais? Quais seus preferidos?
Os sambas atuais são bem acelerados. Eu acho interessantes os sambas para frente. Gosto de Caprichosos 2001 e Tuiutí 2001.

Torce por alguma escola? Qual o melhor desfile pra você?
Torço para Grande Rio, sempre. Adorei o desfile da Mangueira 2002 e Salgueiro 1993, Não esquecendo da Grande Rio 1999.

O que acha dos desfiles das escolas atuais? Sente saudade de épocas passadas? Que desfiles lhe marcaram?
Acho que, a cada ano que passa, a tecnologia toma conta dos desfiles. Já foi o tempo de carro quebrar e pegar fogo. Sinto falta disso, apesar de não ser legal para ninguém, mas era o que causava emoção na disputa. Hoje, até alegoria senta (risos), antes era todo um cuidado para não bater no viaduto. Acho que não tem desfile melhor do que Vila 88, Quizomba.

Você também é um grande Intérprete de samba, qual a sensação de poder comandar uma escola durante seu desfile na Avenida?
A avenida virtual é bem diferente do que a real. Pude notar isso, pois fui, durante dois anos, back vocal do Dudu, meu amigão, na Pimpolhos da Grande Rio. Ele foi o maior incentivador para eu cantar, pois não tinha vaga para cavaco.
Na Amigos é uma história diferente. Eu já era predestinado a ser o intérprete e não largo o posto. Sinto uma emoção, mesmo sendo gravação, quando escuto minha voz chamando a comunidade virtual para cantar junto comigo.

Tem vontade de cantar pra uma escola na Sapucaí? Quem, para você é o maior intérprete de sambas de enredo?
Eu sou fã incondicional do Wantuir. Queria cantar com ele ou tocar cavaco, nem que fosse no ensaio. Têm outros que eu tenho uma admiração e até amizade, graças ao samba, que são Anderson Paz e o Wander Pires. Tem o Léo Bessa, que também é uma pessoa show de bola. E eu fico feliz pelo carnaval virtual me dar essa oportunidade.
Queria mesmo era cantar com o Jackson Martins; quando falo dele da vontade ate de chorar (neste momento, nosso intérprete se emociona).

Algum sonho de carnaval?
Tornar-me o primeiro Mestre-sala da Grande Rio, junto com a minha irmã.
E no virtual, ganhar no grupo especial.

E como conheceu o Leandro Kfé?
O Kfé eu já conhecia de vista nos ensaios da Grande Rio. Conheci melhor quando eu fui trabalhar na mesma empresa que ele e percebi logo uma coisa em comum, quando o peguei sozinho no laboratório escutando samba.
Bastou um tempo para nos entrosarmos e começar a falar de samba.

É um grande amigo?
Sim, sim. Tanto pessoal quanto profissional. Sempre nos ajudamos e não tem hora e nem dia para isso.

A parceria Kfé e Júnior chegou à final da Escola Independentes da Praça da Bandeira, qual a sensação?
Achava que não chegaríamos tão longe, até porque eu mesmo apontei uns erros que contariam como perdas na disputa e o Kfé já sabia disso. Eu não guardo para mim, eu falo mesmo e quando estava ruim, aí que eu falava mais. Isso irritava o restante da parceria que achava que eu estava desistindo, mas só o Kfé entendia o que estava acontecendo. Fiquei feliz por chegar lá. Só eu e o Kfé não pensávamos em ganhar, pois queríamos consertar os erros, mas como não éramos só nós dois, tínhamos que mentir, mas foi uma experiência boa, a qual pretendo fazer de novo esse ano. E sei que os erros serão consertados.

E a disputa para o carnaval 2009, alguma escola em mente? A parceria continua?
Devemos conversar a respeito. Estávamos pensando em Unidos da Ponte e Praça da Bandeira, mas a princípio só Praça da Bandeira pode ser dita como certeza.
Sim, acho que sim. Precisamos nos encontrar para saber se vai continuar ou não, mas seria bom se continuasse.

Você e o Kfé são grandes compositores de sambas de enredo da Liesv. Uma parceria vitoriosa. Como é o processo de composição do samba? Onde buscam inspiração? Um cuida mais de melodia, o outro da letra?
Bem, pode-se falar que a letra é 98% do Kfé. A melodia é minha. Às vezes tira ou acrescenta, mas somos cinqüenta por cento de parceria: um compõe e o outro faz a melodia. Eu gosto do jeito do Kfé de compor; as melodias surgem rápido e procuro criar um linha diferente a cada ano, para não ficar uma coisa muito igual, como se fosse papel timbrado.
Eu me inspiro em sambas bem melodiosos, os quais têm uma harmonia bem difícil, para tentar criar uma própria para os sambas.

Onde ou como conheceram a Liesv?
Conheci a Liesv pelo Kfé. Eu não me ligava muito e até hoje não me ligo nas partes burocráticas da Liesv, por isso não me tornei presidente quando o Kfé quis renunciar (risos). Achava muito desgastante e só iria prejudicar.
A Liesv é um projeto muito bom, estimula muita gente a fazer coisas que antes só fazia para si e hoje podem mostrar para mais de cem ou mil pessoas, sei lá quantas pessoas assistem. É uma parcela grande, isso eu tenho certeza.

E a Amigos do Samba, como surgiu e qual a proposta da escola?
A amigos surgiu de uma proposta que a Liesv fez: escolher seis escolas para o grupo b e o Kfé resolveu criar a escola que, no primeiro ano não desfilou – o que foi melhor, pois não tínhamos estrutura para desfilar. O nome surgiu de um site de samba que o Kfé tinha, com o mesmo nome e como o projeto é juntar vários amigos que gostavam de samba, o nome veio a calhar.

Que acha da equipe da escola? São todos amigos?
A equipe é um recorde de componentes do sexo feminino e é ate bom, porque não gosto de muito homem perto não (risos na quadra). Essa equipe é a melhor nesses dois anos. Chegamos a um objetivo que era fincar uma raiz e só cuidar para a árvore não morrer e conseguimos! Eu só tenho a agradecer a Emanuelle, que foi uma das pessoas que mais ajudou à Amigos. Lembro que eu a chamei para ser carnavalesca faltando um mês para o desfile e não tinha nada pronto e ela nos deu essa glória de estarmos onde estamos. A Denise é outra que chegou na melhor hora, sem ela o organograma não sai. E esse ano temos a Juliana, que até hoje eu não sei como ela apareceu no desfile e confesso que me apaixonei pela simpatia dela e a chamei sem saber o que ela ia fazer na Escola, mas graças à Deus eu consegui uma historiadora e criadora de enredos brilhante, que ajuda o Presidente e à Manú de uma forma incrível. É uma equipe que poderia ter na sigla sociedade, mas não deixa de ser uma.

Que acha do enredo da Amigos para o carnaval 2008?
A amigos segue uma trajetória que é a ter enredos que não "poderiam" ser enredos – os enredos abstratos. Temos uma linha de criação na qual, no mundo virtual, tudo pode acontecer. Se formos seguir o real, vamos voltar para a realidade e essa não é a missão da Amigos. Esse enredo é o primeiro que não foi sugerido pelo Presidente. Foi dada carta branca para as carnavalescas da escola criarem tudo, mas alguns ajustes são feitos, ligando-se sempre no desfile anterior para não repetirmos as mesmas idéias.
Esse enredo tem tudo para ser um dos melhores que a Amigos já fez. A cada ano que passa, a Manú tenta melhorar os desenhos e emocionar, como sempre emocionamos durante esses três anos de existência. A Amigos é uma escola diferente em todos os sentidos e sempre surpreendendo com enredos que ninguém acreditaria que sairia algo daquilo. Tiramos por arco-íris e amizade. Enfim, outro enredo curioso da Amigos.

A Agremiação teve um recorde de sambas de enredo concorrentes inscritos, a que atribui esse sucesso?
É atribuído pelo tipo de enredo e pela facilidade de entendimento da sinopse. Temos uma parcela, em particular eu e o Kfé por dois anos seguidos compomos para todas as agremiações. Isso fez com que tivéssemos créditos para receber essa atenção. Foram sambas maravilhosos, surpreendi-me com a garra de todos em tentar, da sua maneira, musicar o enredo.
Esse ano foi diferente: apenas um samba foi vitorioso, apesar de termos cogitado várias fusões, mas nenhuma supria a necessidade do enredo tanto quanto um samba só. Agradeço muito a todos que proporcionaram essa dádiva de ficar sem dormir, com medo de fazer a escolha errada, mas foi emocionante e espero outro recorde de participação no ano que vem.

E o samba escolhido atende às finalidades da escola?
Sim, atende e por incrível que pareça conta a trajetória toda do enredo, sem esquecer nada. Isso que me surpreende: não precisei fundir para pôr algo que faltava no enredo. Espero que seja também emocionante para os jurados e que eles também façam parte da magia do carnaval que a Amigos irá levar para a Jorge 30.

Uma mensagem pra todos os componentes e fãs da Amigos do Samba.
Que somos Amigos do samba, da mesa de bar, bebendo refri, é claro! Da net, de qualquer lugar, não vamos quebrar essa corrente e vamos torcer para que a Amigos tenha um bom resultado em 2008 e em 2009 espero todos mandando samba para o próximo enredo, que já está sendo preparado. Logo vocês já terão conhecimento.

Planos para o futuro?
Agora eu penso na vitória da Amigos, no meu futuro com o grupo Puro Stylo, que está sendo uma realização. Estou feliz comigo mesmo, na minha vida pessoal e espero que tudo continue assim. Eu só tenho a agradecer a Deus e a mim por isso, pois como Deus diz: “faça a sua parte que eu te ajudarei”. Então se eu não fizer, ele não vai ajudar, pois precisamos nos esforçar para conseguirmos o que queremos.

Uma entrevista bem animada e extrovertida, embalada por puro samba e pagode. Muitas risadas, descontração, clima bem informal. Júnior é um guerreiro, lutando sempre pra fazer o melhor e buscando novas idéias, novos sons, ritmos, para enriquecer suas composições e produzir belíssimas obras, como o carnaval da Liesv já desfrutou e pode apreciar, inclusive nesse carnaval 2008. Uma pessoa especial, Intérprete excelente, pessoa daquele tipo que se destaca por si só, um grande Amigo do Samba, como diz o nome da escola. Sucesso para o Júnior, em seu grupo e pra sua escola também!

domingo, 8 de junho de 2008

PAPO DE AMIGOS

Café-da-manhã com Kfé

Recebemos uma missão quase que impossível: entrevistar e descobrir os segredos mais profundos do Presidente da Amigos do Samba, o Excelso Leandro Kfé. Nessa missão para encontrá-lo enfrentamos vários obstáculos, desbravando matagais, atravessando plantações densas de café, até avistarmos o Palácio Capuccino, onde de sua torre mais alta, o nosso entrevistado nos observava com olhares atentos. Mistério, medo, o que acontecerá nessa entrevista? Leia abaixo para descobrir, isto é, se tiver coragem.

Como se deu seu contato com o mundo do samba?
Minha família sempre gostou de samba, principalmente minha avó e meus tios. Sempre que passava meu tempo com eles era ouvindo samba.
No bairro que nasci, existia um bloco, Unidos do Laureano. Não tive a chance de conhecer, pois ele enrolou a bandeira. Com o fim do bloco a melhor forma de se ter contato com samba era nos ensaios da Grande Rio, que estava nascendo.

Sua família é ligada a alguma Escola de samba?
Minha família não tem nenhuma ligação direta com escola de samba. Todos são apenas torcedores. Alguns desfilaram, outros ainda desfilam, mas sem uma ligação direta.

O que acha dos sambas de enredo atuais? Quais seus preferidos?
Acho que os sambas, hoje, estão muito iguais, mas ainda têm alguns que conseguem se destacar. Dos atuais, meus preferidos são: Beija-Flor 2004 e Tijuca 2003. Ah! Inclua nessa lista, Tuiuti 2001.

Torce por alguma escola? Qual, melhor, desfile pra você?
Sou Salgueirense e, claro, não posso falar de outro desfile que não seja o de 1993. Foi emocionante ver a arquibancada toda vibrando e cantando muito. Eu, com 7 anos de idade, tive o prazer de estar presente e vibrando muito com o desfile do Salgueiro.

Deve ter sido emocionante, o que sentiu? A arquibancada tremia?
Tremia sim, bastante, mas não quis nem saber, só queria cantar: “Explode Coração, na maior felicidade...”.

O que acha dos desfiles das escolas atuais? Sente saudade de épocas passadas? Que desfiles lhe marcaram?
Acho que tudo tem seu tempo. Da década de 90 pra cá algumas coisas mudaram e fazem falta, tipo o calor das arquibancadas ao ver os desfiles.
Dentre os desfiles que acompanhei acho que Mocidade 1999 foi um desfile deslumbrante; Mangueira 2002 foi um desfile que gostei bastante e citaria também Grande Rio 1999.

E como conheceu o Júnior Santana?
Conheci o Júnior na quadra da Grande Rio através de um amigo de trabalho. Alguns meses depois, ele entrou pra empresa que eu trabalhava.

É um grande amigo?
Júnior é um excelente amigo, uma pessoa que você pode contar sempre nos bons e maus momentos.

A parceria Kfé e Júnior chegou à final da Escola Independentes da Praça da Bandeira, qual a sensação? E a disputa para o carnaval 2009, alguma escola em mente? A parceria continua?
A sensação de participar de uma eliminatória e indescritível e, chegando numa final, então, nem se fala. A parceria que entrou na disputa desacreditada surpreendeu e conseguiu chegar à final. É uma emoção realmente sem palavras.
Pra 2009 precisamos aguardar ainda. Não temos nada certo, mas a vontade é que a parceria continue: Kfé, Júnior, Pingo e Mário Sérgio. Tudo vai depender dos próximos acontecimentos

Você também é ritmista da Praça da Bandeira. Toca que instrumento? E qual a sensação de participar da bateria de uma escola de samba?
Sou da ala de tamborins. Estar no coração da escola é pura emoção e adrenalina, é uma responsabilidade imensa. Além da Independente, já participei da bateria da União do Parque Curicica, onde fiz grandes amigos; da bateria mirim da Grande Rio, que foi onde comecei e já tive a oportunidade de ter ensaiado na bateria principal da Grande Rio em 2006.

E além de tamborim, toca algum outro instrumento?
Já me arrisquei em alguns instrumentos durante os ensaios. Caixa e chocalho foram os que toquei mais vezes. Pretendo me aperfeiçoar no tamborim e em outros instrumentos também.

Pensa em um dia chegar a mestre?
Não, nunca pensei nisso e acho que não levo jeito.

Vocês dois são grandes compositores de sambas de enredo da Liesv. Uma parceria vitoriosa. Como é o processo de composição do samba? Onde buscam inspiração? Um cuida mais de melodia, o outro da letra?
A inspiração sempre vem. Não tem um momento certo. Em nossas composições eu cuido da letra e o Júnior da melodia. Sempre nos entendemos para conseguir encaixar as idéias de ambos. O Jr melodia minhas idéias

Onde ou como conheceram a Liesv?
Conheci a Liesv através de uma pesquisa que fiz na internet sobre sites de samba. Encontrei algumas informações sobre o carnaval virtual, mas não entedia muito bem como funcionava. Lembro que o nome da primeira escola que vi era Quebra-Coco. Um tempo depois, procurei mais informações sobre o carnaval virtual e decidi participar pra ver se eu tinha jeito pra compor samba. Falei com o Júnior ele se interessou e ai começou toda a história.

E a Amigos do Samba, como surgiu e qual a proposta da escola?
Quando começamos a participar da Liesv, logo surgiu a vontade de criar uma escola. Júnior e eu procuramos entre nossos amigos pessoas interessadas e criamos a escola.
O nome vem de um projeto de um site que eu tinha chamado Amigos do Samba. Decidimos usar este nome para a escola. Já que éramos um grupo de Amigos com o único propósito de brincar e fazer carnaval de uma forma diferente.

A Agremiação possui uma grande equipe, a escola faz jus ao nome? São todos amigos?
Sim, quem conhece a Amigos internamente sabe da grande amizade que existe entre todos dentro da escola e isso faz o trabalho executado ser mais prazeroso ainda.

E o trabalho da carnavalesca Manú Albuquerque, pode-se dizer que ela deu uma personalidade à escola?
Sim, o trabalho da Manú é ótimo e melhora a cada ano. Ela tem uma característica diferente e o estilo dela contribuiu para a personalidade da Amigos do Samba.

E o trabalho de Denise Freire também contribuiu para essa ascensão rápida da escola?
A Denise ajudou e ajuda muito a escola, apesar dela aparecer pouco. Sempre deu boas opiniões e contribui para os desfiles da escola. Se as escolas reais sempre pedem ajuda a profissionais de Parintins, nós temos essa contribuição também. Rsrs.

A escola ficou em quinto lugar na edição passada. Houve erros? Quais os acertos? O que aprenderam para o carnaval 2008?
A colocação foi boa. Houve erros sim, mas com toda a correria que foi o carnaval passado, desde a mudança de grupo até o desfile, foi um resultado bom.
Acho que a escola também acertou bastante, pois foi bem vista pelo público, que elogiou bastante nosso desfile, pra 2008 procuramos evitar a correria que passamos, e assim tentar fazer um desfile com qualidade ainda melhor.

A escola cantará os jogos de RPG no carnaval 2008. Onde surgiu essa idéia?
A Agremiação teve um recorde de sambas de enredo concorrentes inscritos, a que atribui esse sucesso?

Manú e eu somos jogadores de Rpg e conversando sobre o jogo, ela sugeriu que isso fosse o tema de 2008. No início não tinha muita confiança no tema, mas depois conversamos melhor e vimos que daria pra montar um bom enredo.
No início da preparação do carnaval 2008 contamos com o grande reforço da Juliana, que contribui muito para o desenvolvimento do tema.
O tema parece ter agradado e por isso o bom número de sambas em nossa disputa, esse número mostra que mesmo nova, a escola é bem vista pelos compositores.

E o samba escolhido atende às finalidades da escola?
A trilha sonora de nossa aventura consegue passar perfeitamente o espírito do enredo. Quero parabenizar mais uma vez, não só o compositor vencedor, mas também a todos que participaram.

É um tema que permite várias abordagens. Alguma surpresa para este carnaval?
O tema permite uma excelente abordagem e com certeza teremos surpresas em nosso desfile.

Uma mensagem pra todos os componentes e fãs da Amigos do Samba.

Para todos os fãs da escola deixo a certeza que a Amigos fará mais um ótimo carnaval, mantendo suas características de alegria, simplicidade. Não deixem de acompanhar o nosso desfile, afinal, vocês também fazem parte dessa magia chamada Amigos do Samba.

Encerrada a entrevista, agradecemos ao Presidente Leandro Kfé, que não representou ameaça nenhuma. Pelo contrário revelou ser uma pessoa firme, centrada, lutando sempre para colocar a escola nas melhores condições na avenida. Uma pessoa com tanta bondade, criatividade e personalidade, que só faz e transmite o bem a todos que estão à sua volta. Um grande Presidente que pode ser entendido como uma pessoa especial, e cuja escola tem seu nome totalmente ligado ao que diz, um verdadeiro Amigo do samba. Toda a sorte para a Amigos do Samba em 2008.

domingo, 4 de maio de 2008

GRANDE FINAL DA AMIGOS DO SAMBA

Uma grande festa, iniciada na noite de três de maio, o GRESV Amigos do Samba, realizou na Quadra Presidente Kfé, localizada na Avenida Capuccino, Bairro expresso, a final da escolha de seu samba-enredo para o Carnaval 2008, o qual cantará os jogos de RPG.
Quadra lotada, público animado e na expectativa da escolha da obra, tendo em vista os 14 sambas recebidos pela Agremiação em sua eliminatórias. O Presidente Leandro Kfé e o Vice-presidente Júnior Santana elogiaram a safra de sambas de 2008, considerando a melhor desde a fundação da escola, e ainda a qualidade de todos os sambas inscritos, afirmando ainda ser difícil a escolha do hino.
Eliminados 8 concorrentes na última apresentação, 4 sambas fortes chegaram à final e a apresentação de cada um deles era aguardada com ansiedade e animação por todos os presentes. Diante da grandiosidade que tomou conta da final, foi convidado Diego Araújo para comandar a festa e a escolha do samba. O locutor agitou a quadra, tocando vários sambas de enredo clássicos, homenagens e sambas que marcaram a história da LIESV.
Antes do início da apresentação dos sambas de enredo, na grande final, o Presidente Leandro Kfé explicou que o processo de escolha seria democrático, avaliando a opinião dele, do Vice e intérprete oficial, Júnior Santana e das Carnavalescas integrantes da Comissão de Carnaval, Manú Albuquerque, Juliana Campos e Denise Freire. Aproveitou, ainda, para agradecer a participação de todos os sambas inscritos e convidou todos os compositores para participarem das Eliminatórias de 2009, pois a presença de todos será novamente bem-vinda e na certeza de novas e excelentes obras para a Amigos.